A PREGUIÇA MATA
A PREGUIÇA MATA Há dias, ventou muito aqui em nossa cidade... Ventou forte, muito forte. A galeria lá de nosso escritório exigiu uma boa varrição, em face do lixo que se acumulou nela, trazido da rua pela ventania, naturalmente. Decidi, então, varrer a galeria. Nos primeiros movimentos com a vassoura, aproxima-se de mim um senhor com feições de quem vive em condições de morador de rua, não tinha mais de 50 anos, é o que a sua aparência ditava. De pronto, aquele senhor, me pede dinheiro para comprar uma “quentinha”. Eu retruquei: - Que bom! O senhor chegou na hora certa, nem precisará dos meus favores! Ele pergunta: - Por quê? Ah, sim, eu disse: - O senhor varre a galeria para mim e eu lhe pago o suficiente para a compra de seu almoço e um refrigerante! Ele longe de um gesto de um “bom-moço”, dispara expressões de ofensa sobre mim e diz: - Eu estou lhe pedindo uma quentinha, e não serviço... cujas palavras vieram acompanhadas de palavrões, que me constrange repeti-los.