Postagens

Mostrando postagens de janeiro 16, 2022

GIRASSOL

  GIRASSOL   Hoje, antes do sol nascer, eu me acordei Minha filha era aniversariante do dia Se mais tarde haveria festa, eu não sei Mas, uma flor para lhe dar eu queria   Fui ao meu jardim, flores não encontrei Era outono, e não se tem flor nessa estação Só encontrei folhas secas, e triste fiquei Só havia folhas amareladas caídas no chão   Peguei um punhado delas, e pensei... Vou colocar nelas beleza e muito ardor Assim, algumas flores de girassol eu criei Depois, pus nelas o perfume do meu amor   Com isso, pude dar flores à minha aniversariante Algumas flores, com o sutil perfume dos amores Desejei a ela meus parabéns, de forma inebriante Por amor, a gente, até com folhas, faz belas flores   O outono mata flores deixadas pela primavera Aliás, todos os anos, o outono é muito igual Só não mata os meus sonhos, ou minha quimera Nem o meu amor, porque ele é forte e imortal   Wenceslau da Cunha  

DE DÉU-EM-DÉU

  DE DÉU-EM-DÉU Se eu pudesse voltaria ao passado, sem nenhum receio. A saudade me empurra para lá, pois deixei a casa dos meus pais com dezessete anos e meio. Disso não falo com saudade, eu era ainda um menino, em tenra idade. Saí. Saí em busca de bens materiais. Consegui, mas perdi a doce convivência com os meus pais. Hoje, vislumbro os bens adquiridos, mas trago no peito um coração sofrido. E tirar os meus pais de dentro da saudade, não consigo. Vivi pouco tempo com eles, não cantei no coral da felicidade que eles nutriam, e saí de déu-em-déu, em busca de vida abastada, mas não me compensou o que eu encontrei. Deixei o teto de amor que os meus pais me ofereciam, e me sobraram apenas lágrimas, e muito já chorei. Hoje, eles moram no céu, e eu... (Ah, sim!) Eu? Eu vivo triste com o meu coração vazio, administrando coisas mortas que não me levarão a lugar nenhum, muito menos para aonde os meus pais se foram: a casa do Pai, que fica no infinito, no céu. E eu?... Nem sei o que falar.

O GATO E A ONÇA

  GATO E A ONÇA   O gato e a onça eram íntimos amigos. A onça tinha relevante admiração pelos pulos que o gato dava em situações de perigo. Diante disso, a onça resolveu pedir ao gato que lhe ensinasse a pular daquela forma extraordinária.   O gato fez-lhe a vontade e, em pouco tempo, a onça sabia saltar com grande habilidade e de forma variada.   Num certo dia, passeavam os dois, e vendo uma pedra no meio do roçado, a onça propôs ao gato: - Compadre gato, vamos ver qual de nós dois dá um pulo melhor daqui até àquela pedra? - Vamos! — concordou o gato. - Pois então pule você primeiro, meu amigo! O gato formou o salto e pulou, caindo sobre a pedra. A onça, mais que depressa, saltou também, com o propósito de agarrar o compadre e matá-lo, para fazer dele a sua primeira refeição.   O gato, porém, saltou de lado, revelando muita habilidade, e escapou. - É assim, amigo gato, que você me ensinou? - exclamou a onça muito desapontada. - Principiou e não acabou, não é? - Ah! Minha cara amig

AS DUAS MOSCAS

  AS DUAS MOSCAS   Muitas vezes, deparamo-nos com situação de risco e todo um aparato de defesa natural entra em ação. A pessoa que está em alerta deve ajudar e orientar quem está paralisado, pois situações iguais podem ter desfechos diferentes. É a atitude das pessoas que determina a conclusão de uma história! Observe o caso a seguir: duas moscas voavam tranquilamente, de repente, ambas caem num copo cheio de água. Eram copos iguais. Uma mosca apavorada se debate freneticamente, perde força e se afoga, morre. A outra resolveu flutuar com a suas asas abertas, reservando energia. Logo, as suas asas se secaram e ela alça voo tranquilamente, sã e salva. Os copos eram iguais, cheios com a mesma quantidade de água, mas as atitudes das moscas foram diferentes.   Enquanto uma mosca se afoga, a outra flutua. Sabe por que isso? Porque não são as situações que roubam a nossa paz, mas a nossa forma de reagir a elas… na vida é sempre assim: Enquanto um reclama do que acontece, o outro agra