FLORES AMORES

 

FLORES AMORES


           Hoje, bem cedo, me sentei em minha cadeira de balanço que me espera no quintal. Logo, iniciei suave vaivém. O meu quintal está cheiro de flores que sorriem para mim. Logo, o sol chegou. Sob a luz do sol, como enamorados, vieram os beija-flores para exibir a sua “beijassão”. Palavra feia? Sim! Mas, o ato é bom! Chegaram também borboletas, à beça, bailarinas que entendem do bailado. As borboletas pareciam seguir o script de uma bela peça. A Mel, minha cachorrinha, com jeito inocente, me fez festa, e me beijou na testa. A natureza fazia fervilhar beleza. Até as sombras dançavam, sob o ritmo dos galhos das plantas de meu jardim. Havia movimento à esquerda e movimento destro. O vento era o maestro. Viam-se galhos indo para lá e galhos vindo para cá, e as sombras aproveitavam esse ritmo para dançar.

             A natureza é assim: traz-nos a pureza da inocência inocente e oferece beleza a todo jardim. Bom seria se as borboletas, a minha cachorrinha Mel e os beija-flores fossem gente. Que bom se houvesse também gente mel. Gente beija-flores, gente flores.  Nunca nos faltaria o doce bailado dos amores. Mas, gente é diferente, não tem amor inocente para oferecer a gente e quase sempre nos oferece amor doente. Essa afirmativa se assemelha a queixume! E é! Confere! O amor de gente, quase sempre acaba em ciúmes que nos machuca e nos fere. Por tudo isso, gosto muito da minha cachorrinha Mel e das flores do meu jardim, elas nunca me ofereceram amor doente assim. Sempre oferecem amor com sabor de amor para mim. Amor com sabor de amor é o que todo homem quer, e não o amor doentio e cheio ciúmes vindo do coração de uma mulher. Afinal, ciúmes não é amor. Ciúme é veneno que mata o amor que todo mundo quer.

 Wenceslau da Cunha.

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